PERSONALIDADES SINGULARES
Com este trabalho pretendo mostrar pessoas que se destacam pela sua singularidade enquanto profissionais ou amadoras. Em progresso.
Marco Patrocínio, conhecido por Fakir, é português e nasceu em Vila Franca de Xira. Desde novo que sentiu que a sua vida estava ligada ao fogo. Os rituais ancestrais começaram a interessar-lhe onde teve a honra de aprender e trabalhar com mestres de várias culturas e tradições. Acompanhou desde cedo diversas cerimónias entre elas destaca-se o ritual: Guardião do Fogo. Iniciou a sua trajectória profissional, por volta dos 18 anos. Apaixonado pelo seu trabalho, especializou-se na área do faquirismo/body-art, sendo actualmente o único em Portugal. Tem no seu curriculum formações em teatro, dança, artes circenses, medicinas alternativas, físico-química e artes plásticas. Tem trabalhado ao longo dos anos para várias companhias de teatro e de dança, em múltiplos eventos, nomeadamente festivais, festas temáticas, espectáculos hardcore, animações de rua e circo, em feiras medievais, bem como apresentações em programas televisivos. Conta com centenas exibições em vários países do mundo. Em suma, Marco Patrocínio é um ser humano dotado fisicamente de qualidades e particularidades fora do comum, tem uma resistência à dor muito grande bem como capacidades psíquicas do domínio do corpo extraordinárias que fazem dele um "super" homem.
Monge Zen é português e chama-se Manuel Simões é licenciado em Promoção Artística e Património, pela Escola Superior de Educação de Setúbal. Estudou Dança Butoh, na Escuela de Artes da Universidade Nacional Autonoma de México. É Mestre de Aikido (6º Dan) formado na Escola DeaiKai. Iniciou a prática de meditação Zen em 2001 no Dojo Zen de Barcelona. Foi ordenado bodhisattva em Xiconcuac, no México, pelo Mestre Soko. Praticou e dirigiu sessões no Dojo Zen da Cidade do México. Actualmente vive em Setúbal onde fundou e dirige o Dojo Zen Bashô-An em 2015 após 10 anos a viver no México. Participou no Festival Internacional Cerro de Arena, na Cidade do México na montagem interdisciplinar: Enbarcadero Monoalco, da Compañía Interdisciplinaria de la UVA, onde também foi performer. Participou igualmente nas obras: Haiku (2011), Papel China (2012) da coreógrafa Eugenia Vargas e Flores (2012) do coreógrafo José Bravo, apresentadas no Centro Cultural Universitário de Tlatelolco. Bem como nos ateliers de Dança Butoh com Tadashi Endo (2011), Natsu Nakajima (2012) e Yumiko Yoshioko (2013), três dos maiores mestres da Dança Butoh actual. Fundou em 2003 com Manuel Galrinho a Companhia DeaiDance, com a apresentação da peça: Um cão… Mu! no Fórum Municipal Luisa Todi, em Setúbal no ano de 2004. Outras participações nos espectáculos Dança do Sopro (2001) no CCB e, no Festival Ten Chi 2002 no Olga Cadaval.
Adriana Rebelo nasceu em Coimbra no ano de 1993. Sempre com amor aos animais, após o 12º ano decidiu seguir a licenciatura em Veterinária, mas sem média, nem dinheiro optou pelas artes da dança. Aos 20 anos actuava no Bar da Velha Senhora com o grupo Lisbon Underground Burlesque. Sempre em busca de sítios para dançar, encontrou o seu prazer derradeiro nas noites do Metrópolis em Lisboa. Numa dessas noites o mentor The Trash Circus, Pascal Tallamazi descobriu-a e convidou-a a participar no projecto e desde essa altura que são amigos e companheiros em palco já lá vão cerca de 6 anos. "Sinto que nao faço parte de nenhum lugar", diz Adriana Rebelo. É uma viajante em Portugal entre Coimbra, Lisboa, Setúbal e Faro, em busca de um lugar para ficar, o seu lar. Gosta da natureza porque a deixa respirar "o mato é onde me sinto bem", ao contrário do frenezim da cidade lisboeta onde cresceu. A sociedade de consumo que promove os excessos e o desperdício irrita-a profundamente, procura viver de forma simples e autónoma. Diz ser a "patroa" de si mesma, tocando música nas ruas e participando em espetáculos pelo mundo fora. Ama a liberdade e adora a vida boémia.
Pascal Talamazzi é um artista francês de origem italiana. Nasceu em Paris e tem como nome artístico BATJOY 669. Denomina-se um artista underground fortemente marcado pelas culturas punk e dos anos setenta. Vive em Portugal entre o Algarve e Lisboa. Desde muito cedo que a arte entrou na sua vida pela educação livre dos seus pais, das escolas que frequentou e sobretudo da cultura musical. Em Paris, tocou em treze bandas como baterista, baixista e por fim como cantor num estilo Punk Rock. Criou a associação artística L ENTROPIE na qual criava stencils e organizava festas góticas. Criou obras de arte estilo Kitch Pop Art, actualmente é mais estilo metálicas e dark. No Algarve criou na localidade Querença a famosa sala de concertos e espaço galeria SATORI 666 onde nasceram vários artistas e actuaram mais de trezentas e setenta bandas em seis anos. Foi nesse espaço que nasceu o seu último projecto artístico no qual é o mentor, manager e um dos principais performers - The Trash Circus. Revela que é um grupo provocador e underground misturando o Post Apocalypse e o Fetish Eroticism em performances espontâneas. Paralelamente abriu um salão de chá e pizzaria de nome AL DENTE com shows burlesco aos fins de semana e festas viniles. Em 2014 mudou-se me para Lisboa como representante de produtos gourmet italianos. É tradutor do francês para o italiano de banda desenhada para adultos. É o criador das máscaras de tipo PostNuke usadas nos espectáculos The Trash Circus bem como da maioria dos adereços, exemplos: um caixão sobre rodas e uma cruz de metal que são utilizados em palco. Adora nadar em lagoas, andar de mota por lugares recônditos, inventar pratos gastronómicos e beber chá. Intitula-se um irreverente epicurista.
Beatriz Magalhães, conhecida como a SECRETGOODNESS no mundo do palco, tem 24 anos e nasceu em Paredes, Porto. Foi na aldeia de Ferreira onde cresceu que a criatividade e a filosofia de vida se desenvolveram, “lembro-me que o meu avô me construiu um baloiço e nele lia muitos livros, desenhava, escrevia e pintava muito”, diz a sorrir. As dificuldades próprias da aldeia contribuiram para que se tornasse, numa mulher livre de tabús e preconceitos, lutadora e de espirito critico. A morte do seu pai aos oito anos, foi determinante no seu crescimento, acelarando a consciência para o que queria ser. Estudou artes na Soares dos Reis, Porto. Vai para Belas Artes, onde frequentou o curso de Escultura e no IPF Fotografia, ambos em Lisboa. Durante esse processo, expôs pintura e fotografia. Trabalha na restauração e também como modelo fotográfico freelancer, especialmente de nu e nu erótico. Quer em Portugal quer no estrangeiro sendo muito requisitada pela sua capacidade e flexibilidade em adaptar-se aos mais variados estilos artisticos pedidos. Está referenciada em várias revistas e mais recentemente na televisão. Trabalha como performer de nu e teatro performativo, dança, strip-tease vintage, entre outros. Actuando em festivais, concentrações, bares, cabarets, teatros. Faz parte do projecto The Trash Circus. Considera-se um animal, adaptando-se bem em qualquer lado, entre cidade e o interior - “sobrevivo camuflada na cidade, vivo e respiro na natureza". Intitula-se uma hippie, sempre que pode, agarra na tenda e foge para lugares isolados. A viagem é o seu coração e a natureza a sua alma, sem isso o seu eu de artista morreria, finaliza Beatriz.
João P.L.Ferreira